quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

ALVARENGA PEIXOTO

Nascido no Rio de Janeiro, Inácio José de Alvarenga Peixoto estudou com os jesuítas, provavelmente em Braga, Portugal. Em 1760, ingressou na Universidade de Coimbra, onde se formou, com louvor, em 1768. Ocupou o cargo de Juiz de Fora da vila de Sintra e, em 1775, foi nomeado ouvidor de Rio das Mortes (MG). Em 1781, casou-se com Bárbara Eliodora, também poeta. Deixando a magistratura, permaneceu em Minas Gerais, ocupando-se da lavoura e da mineração. em companhia de seu parente Tomás Antônio Gonzaga, foi implicado na Inconfidência Mineira e conduzido ao presídio da Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro. Chegou a ter a sentença de morte declarada, mas sua pena foi comutada para o degredo em Angola, onde morreu, no presídio de Ambaca. Sua obra, diminuta, foi recolhida por Rodrigues Lapa e apresenta alguns dos sonetos mais bem acabados do Arcadismo brasileiro.
Fonte: Clássicos da Poesia Brasileira, ed. Melhoramentos.Contribuição de: Douglas Pereira

À D. BÁRBARA HELIODORA
Bárbara bela, Do Norte estrela,
Que o meu destino Sabes guiar,
De ti ausente Triste somente
As horas passo A suspirar.

Por entre as penhas De incultas brenhas
Cansa-me a vista De te buscar;
Porém não vejo Mais que o desejo,
Sem esperança De te encontrar.
Eu bem queria A noite e o dia
Sempre contigo Poder passar;
Mas orgulhosa Sorte invejosa,
Desta fortuna Me quer privar.
Tu, entre os braços, Ternos abraços
Da filha amada Podes gozar;
Priva-me a estrela De ti e dela,
Busca dous modos De me matar!
(Poema dedicado à sua esposa,remetido do cárcere da Ilha das Cobras)

Entro pelo Uraguai: vejo a cultura
Das novas terras por engenho claro;
Mas chego ao Templo magnífico e paro
Embebido nos rasgos da pintura.
Vejo erguer-se a República perjura
Sobre alicerces de um domínio avaro:
Vejo distintamente, se reparo,
De Caco usurpador a cova escura.
Famoso Alcides, ao teu braço forte
Toca vingar os cetros e os altares:
Arranca a espada, descarrega o corte.
E tu, Termindo, leva pelos ares
A grande ação já que te coube em sorte
A gloriosa parte de a cantares
Alvarenga Peixoto

Eu não lastimo o próximo perigo,
uma escura prisão, estreita e forte,
lastimo os caros filhos, a consorte,
a perda irreparável de um amigo.
A prisão não lastimo, outra vez digo,
nem o ver iminente o duro corte,
que é ventura também achar a morte
quando a vida só serve de castigo.
Ah, quão depressa então acabar vira
este enredo, este sonho, esta quimera,
que passa por verdade e é mentira!
Se filhos, se consorte não tivera,
e do amigo as virtudes possuíra,
um momento de vida eu não quisera.
Alvarenga Peixoto

Eu vi a linda Jônia e, namorado,
fiz logo voto eterno de querê-la;
mas vi depois a Nise, e é tão bela,
que merece igualmente o meu cuidado.
.
A qual escolherei, se, neste estado,
eu não sei distinguir esta daquela?
Se Nise agora vir, morro por ela,
se Jônia vir aqui, vivo abrasado.
.
Mas ah! que esta me despreza, amante,
pois sabe que estou preso em outros braços,
e aquela me não quer, por inconstante.
.
Vem, Cupido, soltar-me destes laços:
ou faze destes dois um só semblante,
ou divide o meu peito em dois pedaços!
.
(Alvarenga Peixoto)


quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Respostas ou Perguntas?

Quando a gente pensa que sabe todas as respostas...
Vem a vida e muda todas as perguntas!!!


9º HUMOR


segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A final ...


O que você acha?

O duro não é aguentar o peso do chifre...
é manter a vaca!


segunda-feira, 23 de novembro de 2009

GRACIALIANO RAMOS




Graciliano Ramos de Oliveira foi um romancista, cronista, contista, jornalista, político e memorialista brasileiro do século XX. O estilo formal de escrita e a caracterização do eu em constante conflito (até mesmo violento) com o mundo, a opressão e a dor seriam marcas da sua literatura.Nasceu em 27 de outubro de 1892 em Quebrangulo, nas Alagoas, vindo a falecer em 20 de março de 1953.


"Ateu! Não é verdade. Tenho passado a vida a criar deuses que morrem logo, idolos que depois derrubo. Uma estrela no ceu, algumas mulheres na terra.."
"Certos lugares que me davam prazer tornaram-se odiosos. Passo diante de uma livraria, olho com desgosto as vitrinas, tenho a impressão de que se acham ali pessoas, exibindo títulos e preços nos rostos, vendendo-se. É uma espécie de prostituição."
"Os defeitos, porém, só me pareceram censuráveis no começo das nossas relações. Logo que se juntaram para formar com o resto uma criatura completa, achei-os naturais, e não poderia imaginar Marina sem eles, como não a poderia imaginar sem corpo."
"Escolher marido por dinheiro. Que miséria! Não há pior espécie de prostituição."
"Nunca presto atenção as coisas, não sei para que diabo quero olhos. Trancado num quarto, sapecando as pestanas em cima de um livro, como sou vaidoso, como sou besta! Idiota. Podia estar ali a distrair-me com a fita. Depois, finda a projeção, instruir-me vedos as caras. Sou uma besta. Quando a realidade me entra pelos olhos, o meu pequeno mundo desaba."
"Quem dormiu no chão deve lembra-se disto, impor-se disciplina, sentar-se em cadeiras duras, escrever em tábuas estreitas. Escreverá talvez asperezas, mas é delas que a vida é feita: inútil negá-las, controná-las, envovê-las em gaze."
"Se a única coisa que de o homem terá certeza é a morte; a única certeza do brasileiro é o carnaval no próximo ano."
"Se a igualdade entre os homens- que busco e desejo- for o desrespeito ao ser humano, fugirei dela."

Quando se quer bem a uma pessoa a presença dela conforta.
Só a presença, não é necessário mais nada.
Graciliano Ramos
Queria endurecer o coração, eliminar o passado, fazer com ele o que faço quando emendo um período — riscar, engrossar os riscos e transformá-los em borrões, suprimir todas as letras,não deixar vestígio de idéias obliteradas.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

terça-feira, 17 de novembro de 2009

8º HUMOR


_ Na minha terra só tem MACHO!

_Óia, na minha terra é metade macho e metade fêmea e nóis tá achando é bão dimiS!

O destino...


O que você acha?

Precisar de dominar os outros é precisar dos outros. O chefe é um dependente.
Fernando Pessoa
www.pensador.info/autor/Fernando_Pessoa/

terça-feira, 10 de novembro de 2009

CECÍLIA MEIRELES

Cecília Benevides de Carvalho Meireles (1901 - 1964), poetisa brasileira.


Tentei, porém nada fiz...
Muito, da vida, eu já quis.
Já quis...
mas não quero mais...
Cecília Meireles





Se em um instante se nasce e um instante se morre,um instante é o bastante pra vida inteira
Cecília Meireles


Pus-me a cantar minha pena
Com uma palavra tão doce
De maneira tão serena
Que até Deus pensou
Que fosse felicidade e não pena
Cecília Meireles


... E por perder-me é que vão me lembrando,por desfolhar-me é que não tenho fim.
Cecília Meireles


Tenho fases como a LuaFases de ser sozinhaFases de ser só sua
Cecília Meireles

Morro do que há no mundo:
do que vi, do que ouvi.
Morro do que vivi.
Morro comigo, apenas:
com lembranças amadas,porém desesperadas.
Morro cheia de assombropor não sentir em mim
nem princípio nem fim.
Morro: e a circunferênciafica, em redor, fechada.
Dentro sou tudo e nada.
Cecília Meireles


O Amor...













É difícil para os indecisos.
É assustador para os medrosos.
Avassalador para os apaixonados!
Mas, os vencedores no amor são os fortes.
Os que sabem o que querem e querem o que têm!

Sonhar um sonho a dois,
e nunca desistir da busca de ser feliz,
é para poucos!!
Cecília Meireles

www.pensador.info/p/frases_de_cecilia_meireles/1/

terça-feira, 3 de novembro de 2009

7º HUMOR


Feliz Halloween...

Fugindo da morte!


Erro médico

Vou tirar férias!Por favor, não erre nesses 30 dias.

Fériaaaaaaaaaas...



































Feliz halloween

picsfun.blogspot.com/.../imagens-fugindo-da-morte.html

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

AUGUSTO DOS ANJOS



Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos (Paraíba, 20 de abril de 1884 - Leopoldina, Minas Gerais, 12 de novembro de 1914), poeta brasileiro.




Idealismo

Falas de amor, e eu ouço tudo e
amor na Humanidade é uma mentira.
E é por isto que na minha lira
De amores fúteis poucas vezes falo.



O amor! Quando virei por fim a amá-lo?!
Quando, se o amor que a Humanidade inspira
É o amor do sibarita e da hetaíra,
De Messalina e de Sardanapalo?



Pois é mister que, para o amor sagrado,
O mundo fique imaterializado

— desviada do seu fulcro —


E haja só amizade verdadeira
Duma caveira para outra caveira,
Do meu sepulcro para o teu sepulcro?!
Augusto dos Anjos



Psicologia de um vencido


Eu, filho do carbono e do amoníaco,

Monstro de escuridão e rutilância,

Sofro, desde a epigênesis da infância,

A influência má dos signos do zodíaco.


Profundíssimamente hipocondríaco,

Este ambiente me causa repugnância...

Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia

Que se escapa da boca de um cardíaco.


Já o verme — este operário das ruínas
Que o sangue podre das carnificinas

Come, e à vida em geral declara guerra,


Anda a espreitar meus olhos para roê-los,

E há-de deixar-me apenas os cabelos,

Na frialdade inorgânica da terra!
Augusto dos Anjos




O Bandolim

Cantas, soluças, bandolim do Fado

E de Saudade o peito meu transbordas;

Choras, e eu julgo que nas tuas cordas,

Choram todas as cordas do Passado!


Guardas a alma talvez d’um desgraçado,

Um dia morto da Ilusão as bordas,

Tanto que cantas, e ilusões acordas,

Tanto que gemes, bandolim do Fado.


Quando alta noite, a lua é fria e calma,

Teu canto vindo de profundas fráguas,

É como as nênias do Coveiro d’alma!


Tudo eterizas num coral de endechas…

E vais aos poucos soluçando mágoas,

E vais aos poucos soluçando queixas!



A ESPERANÇA

A Esperança não murcha, ela não cansa,
Também como ela não sucumbe a Crença.
Vão-se sonhos nas asas da Descrença,
Voltam sonhos nas asas da Esperança.


Muita gente infeliz assim não pensa;
No entanto o mundo é uma ilusão completa,
E não é a Esperança por sentença
Este laço que ao mundo nos manieta?


Mocidade, portanto, ergue o teu grito,
Sirva-te a crença de fanal bendito,
Salve-te a glória no futuro - avança!


E eu, que vivo atrelado ao desalento,
Também espero o fim do meu tormento,
Na voz da morte a me bradar: descansa!
Augusto dos Anjos



Soneto



Ao meu primeiro filho
nascido morto com 7 meses incompletos
2 fevereiro 1911.


Agregado infeliz de sangue e cal,
Fruto rubro de carne agonizante,
Filho da grande força fecundante
De minha brônzea trama neuronial


Que poder embriológico fatal
Destruiu, com a sinergia de um gigante,
A tua morfogênese de infante,
A minha morfogênese ancestral?!

Porção de minha plásmica substância,
Em que lugar irás passar a infância,
Tragicamente anônimo, a feder?!...

Ah! Possas tu dormir feto esquecido,
Panteisticamente dissolvido
Na noumenalidade do NÃO SER!
Augusto dos Anjos

SOLITÁRIO

Como um fantasma que se refugia
Na solidão da natureza morta,
Por trás dos ermos túmulos, um dia,
Eu fui refugiar-me à tua porta!


Fazia frio e o frio que fazia
Não era esse que a carne nos contorta...
Cortava assim como em carniçaria
O aço das facas incisivas corta!


Mas tu não vieste ver minha Desgraça!
E eu saí, como quem tudo repele,

-Velho caixão a carregar destroços -


Levando apenas na tumba carcaça
O pergaminho singular da pele
E o chocalho fatídico dos ossos!
Augusto dos Anjos



VERSOS ÍNTIMOS

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão – esta pantera –
Foi tua companheira inseparável!


Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.


Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.


Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
Augusto dos Anjos

www.pensador.info/autor/Augusto_dos_Anjos/

terça-feira, 27 de outubro de 2009

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

E preciso coragem!


6º HUMOR

_Olá, me da um refrigerante por favor
_Droga, está tampa não quer abrir
_Pra ela abrir você tem que torcer
_"ABRI... ABRI... ABRI"



terça-feira, 20 de outubro de 2009

VINICIUS DE MORAES







Soneto do Orfeu


São demais os perigos dessa vida

Para quem tem paixão, principalmente

Quando uma lua surge de repente

E se deixa no céu, como esquecida

E se ao luar, que atua desvairado

Vem unir-se uma música qualquer

Aí então é preciso ter cuidado

Porque deve andar perto uma mulher

Uma mulher que é feita de música

Luar e sentimento, e que a vida

Não quer, de tão perfeita

Uma mulher que é como a própria lua:

Tão linda que só espalha sofrimento,

Tão cheia de pudor que vive nua.

*


Tomara Que você volte depressa

Que você não se despeça

Nunca mais do meu carinho

E chore, se arrependa

E pense muito

Que é melhor se sofrer junto

Que viver feliz sozinhoTomara

Que a tristeza te convença

Que a saudade não compensa

E que a ausência não dá paz

E o verdadeiro amor de quem se ama

Tece a mesma antiga trama

Que não se desfaz

E a coisa mais divina

Que há no mundo

É viver cada segundo

Como nunca mais...





O VELHO E A FLOR Por céus e mares eu andei,

Vi um poeta e vi um rei

Na esperança de saber

O que é o amor.

Ninguém sabia me dizer,

Eu já queria até morrer

Quando um velhinho

Com uma flor assim falou:

O amor é o carinho,

É o espinho que não se vê em cada flor.

É a vida quando

Chega sangrando aberta em pétalas de amor.



De tudo ao meu amor serei atento

Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto

Que mesmo em face do maior encanto

Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento

E em seu louvor hei de espalhar meu canto

E rir meu riso e derramar meu pranto

Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure

Quem sabe a morte, angústia de quem vive

Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):

Que não seja imortal, posto que é chama

Mas que seja infinito enquanto dure.


Eu não existo sem você
















Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham pra você
Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvemSó acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
Eu não existo sem você.
Vinícius de Moraes

*


Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.
*
É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.
*
Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.
*
O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...*
(Vinícius de Moraes)

www.pensador.info/autor/Vinicius_de_Moraes/
*

Felicidades...


5º HUMOR

Homenagem ao dia do professor
_ Que notas são estas?