segunda-feira, 23 de novembro de 2009

GRACIALIANO RAMOS




Graciliano Ramos de Oliveira foi um romancista, cronista, contista, jornalista, político e memorialista brasileiro do século XX. O estilo formal de escrita e a caracterização do eu em constante conflito (até mesmo violento) com o mundo, a opressão e a dor seriam marcas da sua literatura.Nasceu em 27 de outubro de 1892 em Quebrangulo, nas Alagoas, vindo a falecer em 20 de março de 1953.


"Ateu! Não é verdade. Tenho passado a vida a criar deuses que morrem logo, idolos que depois derrubo. Uma estrela no ceu, algumas mulheres na terra.."
"Certos lugares que me davam prazer tornaram-se odiosos. Passo diante de uma livraria, olho com desgosto as vitrinas, tenho a impressão de que se acham ali pessoas, exibindo títulos e preços nos rostos, vendendo-se. É uma espécie de prostituição."
"Os defeitos, porém, só me pareceram censuráveis no começo das nossas relações. Logo que se juntaram para formar com o resto uma criatura completa, achei-os naturais, e não poderia imaginar Marina sem eles, como não a poderia imaginar sem corpo."
"Escolher marido por dinheiro. Que miséria! Não há pior espécie de prostituição."
"Nunca presto atenção as coisas, não sei para que diabo quero olhos. Trancado num quarto, sapecando as pestanas em cima de um livro, como sou vaidoso, como sou besta! Idiota. Podia estar ali a distrair-me com a fita. Depois, finda a projeção, instruir-me vedos as caras. Sou uma besta. Quando a realidade me entra pelos olhos, o meu pequeno mundo desaba."
"Quem dormiu no chão deve lembra-se disto, impor-se disciplina, sentar-se em cadeiras duras, escrever em tábuas estreitas. Escreverá talvez asperezas, mas é delas que a vida é feita: inútil negá-las, controná-las, envovê-las em gaze."
"Se a única coisa que de o homem terá certeza é a morte; a única certeza do brasileiro é o carnaval no próximo ano."
"Se a igualdade entre os homens- que busco e desejo- for o desrespeito ao ser humano, fugirei dela."

Quando se quer bem a uma pessoa a presença dela conforta.
Só a presença, não é necessário mais nada.
Graciliano Ramos
Queria endurecer o coração, eliminar o passado, fazer com ele o que faço quando emendo um período — riscar, engrossar os riscos e transformá-los em borrões, suprimir todas as letras,não deixar vestígio de idéias obliteradas.

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