terça-feira, 19 de janeiro de 2010

OSWALD DE ANDRADE

111 - DE OSWALD DE ANDRADE
a poesia que eu amo

DITIRAMBO

Meu amor me ensinou a ser simples
Como um largo de igreja
Onde não há nem um sino
Nem um lápis
Nem uma sensualidade


Chefe camaiurá, grupo indígena do Mato Grosso


Erro de Português
Oswald de Andrade



"Quando o português chegou


Debaixo duma bruta chuva


Vestiu o índio


Que pena!


Fosse uma manhã de sol


O índio tinha despido


O português".



José Oswald de Sousa Andrade nasceu a 11 de janeiro de 1890 e é um dos mais significativos autores modernistas da literatura brasileira.

Participou da Semana de Arte Moderna, editou o jornal O Homem do Povo e ajudou a fundar O Pirralho e a Revista Antropofágica.

É de sua autoria o Manifesto Antropófago de 1928.

Morreu em São Paulo a 22 de Outubro de 1954.

Fragmento do Manifesto:

"Só a Antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente. Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz. Tupi, or not tupi that is the question. Contra todas as catequeses. [...]"


A publicação do Manifesto Antropófago é um momento crucial da literatura e da cultura brasileiras.
Foi publicado no primeiro número da Revista de Antropofagia, em maio de 1928 e assinado por Oswald de Andrade.



A ideia-base: «Alimentar-se de tudo o que o estrangeiro traz
para o Brasil, sugar- lhe todas as idéias
e uni-las às brasileiras, realizando assim
uma produção artística e cultural
rica, criativa, única e própria.
Era preciso desvincular-se de
laços passados, como o simbolismo, ainda fortemente
presente naquela época.»





O "Manifesto Antropófago", de 1928, é a resposta do escritor Oswald de Andrade às questões postas pela Semana de Arte Moderna (1922). Para ele, a renovação da arte brasileira nasceria da retomada dos valores indígenas. A iniciativa não era inédita. Após a Independência, o romantismo já havia usado esse «índio mitológico» para construir uma identidade nacional, oposta à dos europeus.


Oswald retoma essa temática, mas rejeita a xenofobia de outros modernistas. A civilização europeia não deveria ser rejeitada, mas sim absorvida. A antropofagia é o símbolo dessa tese: o europeu deve ser devorado.

MARCAS QUE CONDUZEM... - http://fractaisdemim.blogspot.com/

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